“Diferentes, mas não desiguais!”
Os slogans “Diferentes, mas não desiguais!” e “Viva a diferença” são usados para camuflar a realidade de preconceito presente no sistema de ensino brasileiro, dando a entender aos organismos internacionais que o Brasil presa por todos, independentemente de sua raça, cor ou orientação sexual.
Apesar de tentar passar essa imagem de pátria de todos, de apresentar-se ao mundo como um país de grande diversidade, as diferenças viram sinônimo de defeito quando são postas de frente com o padrão dominante considerado como “normalidade”, o branco, cisgênero, hétero.
Confrontando essa ideia de uma diversidade existente, as práticas sociais continuam discriminatórias, até mesmo por aqueles que se dizem tolerantes, como o exemplo dado pelo texto em que as pessoas diziam:
“Tudo bem ser gay, mas precisa andar de mãos dadas em público, dar beijo?!” Mostrando que a tolerância só chega até o momento em que o relacionamento homoafetivo é escondido dos olhos públicos.
“Mas também... o que esperava que acontecesse, andando na rua à noite e de minissaia?” Culpabilizando a vítima de assédio sexual pela própria violência sofrida, já que a mulher quando não segue um padrão de vestimenta é julgada negativamente.
“Também, você precisa dar um jeito nesse cabelo". Referindo-se ao preconceito étnico-racial.
Esses tipos de discursos internalizados pela população são utilizados para justificar as práticas discriminatórias, inclusive no ambiente escolar.
O que é preciso entender é que a diversidade nas manifestações culturais se estende não só no tempo, mas também no espaço. Neste viés, os costumes são diferentes assim como os povos falam diferentes línguas, expressando-se das formas mais variadas os seus valores culturais.
Apesar de não darmos valor a isso, no Brasil, por exemplo temos uma riqueza extraordinária, só para citar por cima são 200 povos indígenas falando mais de 180 línguas diferentes. Há mais de 2.200 comunidades remanescentes de quilombos, todas com características geográficas distintas, com diferentes meios de produção e de organização social.
Nessa multiplicidade, falamos a mesma língua, porém com tantas diferenças não valorizadas, com tanta diversidade sexual, étnica, racial, sendo colocada como inferiores que a educação vê-se prejudicada. Então, é de vital importância que a prática docente consiga enxergar nas diferenças novas formas de ensino-aprendizagem, que o professor não reproduza os discursos preconceituosos. Por isso é tão importante materiais como esse texto, direcionado para a prática docente, desmistificando as diferenças, tomando-as como um ponto realmente positivo dentro do ambiente escolar.
E mais do que isso, o texto nos faz interrogar: Como lidar com a diversidade cultural na sala de aula?
Com certeza temos um caminho longo pela frente, mas muito gratificante.
Material muito interessante e atual. Parabéns Telma pela indicação da leitura e pela riquíssima apresentação.
ResponderExcluirUma leitura atual e necessária para descontruirmos termos pejorativos em relação ao gênero... Parabéns Telma
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