Questão de gênero nas escolas
Texto por Ziley Alves
O ensino de Geografia, assim como todas as outras disciplinas curriculares, continuam seguindo o padrão branco, heteronormativo, masculino. São séculos de reprodução na pesquisa, na forma de ensinar, nos materiais didáticos. Mas na Geografia já existe uma contracorrente que vem abordando as questões de gênero dentro dessa ciência. A professora e pesquisadora Carmen Lucia Costa, da Universidade Federal de Goiás (UFG), campus Catalão, reflete sobre isso no texto A Presença e Ausência do Debate de Gênero na Geografia do Ensino Fundamental e Médio, que nós, do GepGênero debatemos no Clube de Leitura.
O texto é resultado de uma pesquisa realizada nos anos 2008 e 2009, com bolsa da Prolicen da UFG por Carmem Lúcia como coordenadora do curso de extensão Gênero e diversidade na escola em parceria com a Universidade Aberta do Brasil. O objetivo foi analisar os Parâmetros Curriculares Nacional (PCN) e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). A pesquisa aborda como está a atual situação da mulher, se a temática de gênero é abordada ou não pela Geografia, como a Disciplina pode contribuir para o debate com o tema em sala de aula, e verifica como está posto o debate sobre gênero no pensamento geográfico e nos livros didáticos.
A autora inicia falando da sociedade urbana que está sempre em construção e muitas vezes as diversidades são transformadas em desigualdades. Também aborda sobre como o homem se apropria de todos os espaços, masculinizando-os, e como essa percepção tem se tornado uma das razões pelas quais os grupos sociais em defesa dos direitos das mulheres tem lutado contra.
Assim como a autora, acreditamos que tratar da relação de gênero é tratar de uma diversidade em construção, rompendo com papéis preestabelecidos e demarcados entre homens e mulheres, que foram construídos de forma desigual, reforçando a submissão e violência de gênero.
A escola é um dos lugares onde estas relações, ao mesmo tempo em que se reproduzem, é também o lugar onde a diversidade explode e pode ser explorada e construída, colocando em confronto os papéis definidos pela heteronormatividade e as práticas corporais de homens, mulheres, homossexuais, transsexuais e travestis.
Apesar de hoje, o debate sobre a ação de sujeitos diversos na reprodução do espaço ainda necessite de mais espaço e visibilidade dentro das ciências, a Geografia é uma disciplina riquíssima para se trabalhar com Gênero, pois é a relação do ser humano com o seu espaço. Infelizmente, mesmo quando há referência da mulher na produção e no uso do espaço há uma ausência no livro didático, deixando a critério ou não do professor se aprofundar no assunto.
Daí surge a importância do professor de Geografia conhecer a fundo o assunto e saber trabalhá-lo em sala de aula, para ajudar na educação, de forma a ajudar os estudantes a perceberem com mais clareza essas relações pré-estabelecidas, mas também aprender a como desfazê-las e enfrentá-las.
Maravilhosos esses debates epistemológicos! Parabéns Ziley 👏👏
ResponderExcluirMuito bom 👏👏👏
ResponderExcluirParabéns pelo texto. Isso mostra a importância d um professor d geografia numa sala d aula.
ResponderExcluirMuito bom, parabéns 👏👏
ResponderExcluirPerfeito, seu trabalho ficou incrível.
ResponderExcluirQue venha ser realizado muito mais conteúdos de grande importância como esse❤️👏👏👏
Parabéns pelo texto, muito bom 👏👏👏👏
ResponderExcluirMuito bom o texto e o debate também... parabéns
ResponderExcluirParabéns meu amor ficou incrível
ResponderExcluirReconhecer que não existem sujeitxs a espaciais, é o primeiro passo para combatermos as ausências e os silenciamentos nós espaços escolares. Parabéns, pelo texto, que possamos continuar expandindo essas discussões tão necessárias para a transformação social.
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