Tráfico humano: precisamos falar sobre isso

Tráfico humano parece coisa de roteiro de filme, mas acontece com mais frequência do que gostaríamos

Elisângela é professora universitária e doutoranda em geografia

Quando paramos para pensar em tráfico humano, normalmente o que vem às nossas cabeças é o clássico clichê do roteiro hollywoodiano de baixo orçamento em que a mocinha imigrante é alvo de uma quadrilha internacional de prostituição em que o mocinho salva o dia com seus golpes de kung fu. O que poucos sabem ou é pouco comentado é que esse roteiro de cinema é muito mais comum na vida real do que realmente gostaríamos de admitir. 

A doutoranda Elisângela Ferreira Menezes, do Programa de Pós-graduação em Geografia pela Universidade Federal de Rondônia - Unir, dedicou a sua tese a estudar a violência de gênero na fronteira pan-amazônica. Seu trabalho "Precisamos falar sobre o tráfico humano e suas configurações socioespaciais na Pan-Amazônia" foi aceito no IV Seminário Latinoamericano de Geografia, Género y Sexualidades, na Argentina.

Com o aumento significativo do processo imigratório mundial, a partir de diversos contextos como guerras, fome, conflitos políticos, acentuou-se o problema humanitário gerado com a xenofobia, a extorsão, a pobreza e o tráfico de seres humanos. 

"É um dos principais problemas da atualidade, no qual as populações mais empobrecidas, como é muitas vezes o caso dos imigrantes, se tornam alvos fáceis para os traficantes", alerta Elisângela. A pesquisadora explica que o tráfico de pessoas se camufla através de convites, promessas de melhora de vida, dinheiro e poder, envolvendo quase sempre as práticas de prostituição e o tráfico de drogas.

Na região amazônica não é diferente. Com espacialidades tão diferentes e amplas, que tornam as regiões fronteiriças grandes desafios sociais e governamentais, é necessária uma reflexão profunda e um olhar atento para que esse tipo de crime seja erradicado.

As mulheres sendo a maior parte da população pobre mundial, corre um risco ainda maior em todos esse contexto. Mas são trabalhos como o da pesquisadora do GepGênero que lançam  questionamentos essenciais para o debate e a construção de novas realidades sociespaciais com a valorização da mulher, da criança e de grupos minoritários.

Para ajudar a Elisângela e o nossas outras pesquisadoras a levarem estes e outros trabalhos do GepGênero para a Argentina, divulgue essa iniciativa, siga-nos no Instagram e participe das nossas ações para angariar fundos.

Como vocês sabem, a ciência tem andado meio 'bamba das pernas' com tantas rasteiras ultimamente, mas estamos nos esforçando e contamos com a ajuda de todos para continuar trabalhando em temáticas tão importantes para a nossa sociedade.

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