Professora da Floresta


CONTANDO UM CONTO

A pesquisadora Liziane

É com um título quase poético que a geógrafa e mestra pelo Programa de Pós-graduação em Geografia da Universidade Federal de Rondônia - Unir, Liziane Souza Silva, vem contar a história de uma, das muitas vozes da floresta, que são invisibilizadas e silenciadas por uma cultura que coloca a mulher como um indivíduo inferior.

Com o trabalho "Professora da Floresta: relatos dos desafios vividos por uma docente nos confins da Amazônia brasileira", Liziane foi aceita no IV Seminário Geografía, Género y Sexualidades, na Argentina. É assim que ela traz luz à história de vida da professora Maria de Lourdes Souza Silva, do município de Mâncio de Lima, no Acre.

Mâncio de Lima é conhecido por ser o ponto mais extremo à oeste do território brasileiro, e assim como extremo oeste, extremo também era o percurso de Maria de Lourdes para trabalhar todos os dias. Apesar de uma jornada dura de trabalho, relatada nesta pesquisa, a professora nunca se deixou abater quando chegava a hora de mostrar que a mulher amazônica é feita de fibra. "Além de professora era faxineira, merendeira", o que fosse preciso para levar educação àqueles que quisessem aprender.

Infelizmente, a falta de infraestrutura de escolas ribeirinhas e indígenas ainda é uma realidade hoje, tantos anos depois da aposentadoria de Maria de Lourdes ter chegado. Mas é através da repercussão de histórias como essas que podemos dar visibilidade a necessidades específicas que o povo da floresta tem nessa trajetória de vida e de ensino, e que a mulher tem um papel fundamental nesse percurso.

"A ascensão feminina no dos tempos sempre foi limitada, enfrentando diversas barreiras. Contudo, a mulher tem conseguido avançar em sua luta e pela conquista de direitos. Tratada muitas vezes como frágil, elas mostram sua força, com decisões ousadas e firmes. Refletir sobre a história de vida e as dificuldades enfrentadas e superadas dessas mulheres, é essencial", relata Liziane.

Para ajudar a Liziane ir à Argentina divulgar essa pesquisa, você pode participar do I Bazar GepGênero e também das nossas próximas ações.

Mas se você não puder comparecer (a gente entende), nos dê uma forcinha divulgando o evento e compartilhando os trabalhos que apresentaremos aqui.

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